Todos vivemos na América? – Rammstein

Em tempos de globalização a cultura também se globaliza. Consumimos o mesmo lixo, produzido para fácil digestão e pouca reflexão. A arte torna-se mercadoria, tudo se transforma em mercadoria. Homens em currais, prontos para o abate. Pensamos que podemos escolher e comprar, mas no fim, somos escolhidos e comprados. Zygmunt Bauman, no livro Vida para Consumo, escreveu: “Na sociedade de consumidores, ninguém pode se tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e ninguém pode manter segura sua subjetividade sem reanimar, ressuscitar e recarregar de maneira perpétua as capacidades esperadas e exigidas de uma mercadoria vendável”.

Aos amigos do além, não se esqueçam de avisar Descartes que o seu cógito foi alterado: Consumo, logo existo. Consumo, logo existo. Consumo, logo existo. Esse é o novo mantra da globalização.

Compro TV, Ipod, DVD, CD, Livro, Mc’Donald, Coca-Cola, batata frita, celular, Nike, Adidas, Volkswagen, Chevrolet, … Faço isso para sobreviver? Não! Mas só para ser lembrado, para que o sistema não se esqueça de que eu consumo. Para que ele não me transforme em mais um invisível do mundo globalizado. Para que eu não me esqueça que nasci para consumir e ser consumido.

Copiamos aquilo que tem de pior na América, não a América Latrina, mas a do Mickey Mouse. Em tempos de globalização, “todos vivemos na América!” América maravilhosa, WUNDEBAR!!! Não se esqueçam, – África, Ásia, Oceania, Europa e América – “Todos vivemos na América!”

Vejam o vídeo da banda Rammstein! Vale a pena!

13 comentários sobre “Todos vivemos na América? – Rammstein

  1. Mesquita, gostei muito do texto.
    Pricipalmente do “consumo logo existo”.
    Eu estava lendo sobre Santo Agostinho, e pelo que eu entendi, ele dizia que nem todos somos iguais perante a Deus? Ele pregava que existiam a cidade dos homens e a cidade do homem?
    Um abraço
    Lutti

  2. Mesquita, adorei o texto.
    Gostei da frase: “consumo, logo existo”
    Professor, estava lendo sobre Santo Agostinho, ele pregava que nem todos somos iguais perante a Deus? Ele dizia que existia a cidade de Deus e a cidade dos Homens?
    Um abraço

  3. Professor, desculpe por mandar a mensagem duas vezes.
    Não sei se vc se lembra, mas eu te mostrei um livro chamado “50 pensadores politícos esseciais”. Nesse livro, aparece Santo Agostinho de Hypona (354-430). A citação é a seguinte: “Por ser onisciente, Deus soube, durante toda a eternidade que Adão pecaria, e na sua misericórdia tomou a decisão de resgatar da perdição alguns -mas apenas alguns- membros da raça humana. Isso se dá mediante a conseção da graça que os autoriza a pôr de fato, o amor de Deus acima do amor de si e, por consequência, agir em atenção a outros motivos que não a gula, o orgulho e a luxúria. Tal graça não pode ser adquirida ou merecida. É um presente de Deus, oferecido a poucos predestinados por Sua escolha imotivada. Esses predestinados, os Eleitos, são membros da Civitas Dei, a cidade de Deus. O que compõe o resto da humanidade são os membros da Civitas Terrana, a cidade dos homens. (…)”

    • Ola Lutti, conversei sobre a sua pergunta com um padre jesuíta do CSL, ele me escreveu o texto abaixo, repasso para vc, para que tenha ciência da conversa, e se possível, ter a sua pergunta respondida. Se vc quiser explorar mais essa questão (Santo Agostinho e predestinação), o próprio cristiano (jesuíta) ofereceu ajuda. Fique a vontade. ok?

      Segue texto do cris,:

      Não conheço Agostinho, mas há duas colocações:

      1. Lutero era agostiniano (da ordem dos agostinianos) e a Reforma Protestante, colocando-se contra a venda de indulgências, alegava a predestinação. Os calvinistas verão na prosperidade econômica das pessoas, sinal de que ela é uma eleita de Deus. Não sei, entretanto, se isso reflete fielmene o pensamento de Agostinho, nem como ele encarava os “não-eleitos”. Sinceramente, tinha uma ideia mais universalista para a teologia dele, algo como a salvação para todos, entende?! Não sei de onde me vem isso. Seja como for, se o seu aluno estiver mto interessado mesmo no pensamento teológico de Agostinho, posso consultar alguns jesuítas a respeito, ok?! É só me falar.

      2. Se foi esse o entendimento católico (o que tendo a acreditar que jamais o foi), não o é agora. Não que, como São Francisco de Assis, que afirmava que, no final, até o diabo seria salvo por Deus, ou como Santa Teresinha de Jesus, que afirmava acreditar no inferno, mas que o cria vazio, os católicos acreditassem que todos seriam salvos. Ainda hj, a não ser a teologia mais progressista da Igreja (à qual se alinham vários teólogos jesuítas), a maioria defende a necessidade de algum tipo de cuidado especial, de “purgação” para se alcançar a vida eterna no seio do Senhor. Ou seja, não é que haja um grupo desde sempre eleito; a salvação estaria, nesse entendimento, ao alcande de qquer um, bastando, para tanto, o empenho pessoal. Sinceramente, essa visão é, para mim, insustentável, ao menos em termos antropológicos e segundo a teologia a qual me afilio. Acredito que, por não fazerem a experiência profunda do amor do Senhor, essas pessoas afirmam isso. Seja como for, elas têm respaldo bíblico e teológico tb.

  4. Professor, obrigado pela resposta. Na verdade, o que mais me chamou atenção a ponto de te perguntar, foi o fato que é falado no segundo parágrafo da resposta de seu amigo jesuita, hoje em dia, a igreja católica considera que todos somos iguais perante à Deus, levando isso em consideração, me perguntei: como um santo católico podia pensar de modo diferente em relação a um dos principais conceitos católicos?

  5. ahh na faap não é tão difícil não hein professor hahaha aliás, vou mandar muito bem na sua prova amanhã!

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