Curso de Filosofia da Ciência – Colégio Sion

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Apostila 3a. série – filosofia da ciência

Apostila de filosofia da ciência contendo:

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Texto 1 – Sobre neutralidade e imparcialidade da ciência

Autora: Marilena Chauí

In Convite à filosofia, Editora Ática, 2000.

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Texto 2:  Fragmentos Levy-Leblond e Marcuse.

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Texto 3 – Hugh Lacey – Fragmentos

 LACEY,H. Valores e atividade científica. São Paulo: Discurso Editorial, 1998.

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Leitura complementar: O que é uma pessoa?

Autor: Peter Singer / Universidade de Princeton

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Texto 4: Aborto – Peter Singer – Universidade de Princeton

 Tradução de Faustino Vaz – Texto retirado de Oxford Companion to Philosophy, org. por Ted Honderich (OUP, 1995)

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Texto 5: Fragmentos do livro A estrutura das revoluções científicas, de Thomas KUHN.

São Paulo: Editora Perspectiva S.A, 5ª edição, 1998.

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Texto 6: Diversidade versus monocultura: dilemas de Vandana Shiva

 Autora: Valéria Gentil Almeida. Doutora e Mestra em Desenvolvimento Sustentável pelo Centro de Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Brasília (UnB); Ph.D. Visiting Student at Johns Hopkins University

End. eletrônico: doug.sathler@gmail.com

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PowerPoint sobre Thomas Kuhn e um breve estudo de caso sobre a ciência nazista

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Apostilas – textos de diversos filósofos

Editor, organizador e autor de parte dos textos presentes: Fábio Luiz de Almeida Mesquita. O uso do material é livre para fins educacionais. Esse material não pode ser comercializado.

1.Apostila de Filosofia Origem da filosofia e filosofia Grega: Mitologias (Mito de Criação), pré-socráticos, Sofistas, Sócrates e Platão. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA -Mitologia grega – mitologia egípicia – mitologia nórdica – pré-socráticos – sofistas – Sócrates – Platão

2. Apostila de Filosofia – introdução à filosofia: textos de Russell, Kant, Foucault, Camus e Freud. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA – Russell – Kant – Foucault – Camus – Freud

3. Apostila de Filosofia: textos filosofia da Ciência de Vandana Shiva, Peter Singer, T. Kuhn e Marilena Chauí. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA – filosofia da ciência – Kuhn – Vandana – Marilena Chauí

4. Apostila de Filosofia: textos Estética e filosofia da arte – Platão, Aristóteles, Hume e Hegel. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA – estética – Platão – Aristóteles – Hume – Hegel

5. Apostila de Filosofia: textos Ética – Liberdade de Expressão, Jean-Paul Sartre, Simone de Beauvoir e Adorno. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA -liberdade de expressão – Sartre – Simone de Beauvoir – Adorno

6. Apostila de Filosofia: textos Teoria do Conhecimento – Descartes, Locke, Hume e Kant. Clique no link abaixo para baixar o arquivo:

APOSTILA FILOSOFIA – Teoria do Conhecimento – Descartes – Locke – Hume – Kant

 

FILOSOFIA DA CIÊNCIA 1 – QUESTÕES DE VESTIBULAR

1. (Unesp 2012)

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Se me mostrarem um único ser vivo que não tenha ancestral, minha teoria poderá ser enterrada.

(Charles Darwin)

Sobre essa frase, afirmou-se que:

I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso.

II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão, segundo o qual todas as espécies têm uma essência fixa e eterna.

III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada, poderia refutar a hipótese evolutiva darwiniana.

IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a partir da modificação de espécies ancestrais, não aparentadas entre si.

V. Nega a existência de espécies extintas, que não deixaram descendentes.

É correto o que se afirma em

a) IV, apenas.

b) II e III, apenas.

c) III e IV, apenas.

d) I, II e III, apenas.

e) I, II, III, IV e V.

 

2. (Enem PPL 2012)  Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar.

GALILEI, G. Carta a Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009. (adaptado)

O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Oficio, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que

a) a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência.

b) o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.

c) as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.

d) a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.

e) os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.

 

3. (Ufpr 2015)  No dia 09/09/2014, o jornal Gazeta do Povo publicou um editorial sob o título “O papel da religião no debate público”, de onde extraímos o trecho abaixo e as seguintes manifestações dos seus leitores (com algumas adaptações):

Editorial: “Assim, a fé e as convicções inspiradas por ela não são aspectos que obrigatoriamente devam ficar restritos à intimidade de cada um; ao contrário, têm lugar no debate público quando fazem suas reivindicações usando argumentos racionais – não basta ir à rua, ou ao Congresso, ou ao Supremo Tribunal Federal, e se declarar contra ou a favor de algo ‘porque a Bíblia disse’. É justamente nisso que se funda a laicidade: que as políticas de Estado sejam baseadas em princípios racionais – independentemente de quem os defenda, o que não exclui os grupos religiosos –, e não nos dogmas desta ou daquela fé.”

Leitor 1: “Concordo com o Editorial e discordo dos que emitem opiniões sem fundamentação. Desafio-os a apresentar a base cientifica para afirmar que as opiniões da religião não estão baseadas na razão, mas em dogmas.”

Leitor 2: “Eu discordo totalmente da ideia apresentada no editorial e o motivo é muito simples. Vejam os senhores que argumentos científicos estão subordinados à lógica e à razão, enquanto as religiões baseiam-se em dogmas.”

Leitor 3: “Religião se baseia em um ser indeterminado e dogmas, portanto não há base racional alguma.”

Partindo dos pontos de vista defendidos pelos dois autores abaixo elencados, construa argumentos com os quais cada um deles poderia expressar sua concordância ou sua discordância com qualquer um dos pontos de vista acima defendidos, seja pelo editorial seja por qualquer um dos seus leitores.

a) Thomas Kuhn:

b) Jürgen Habermas:

 

4. (Uem 2012)  “O filósofo Thomas Kuhn afirma que uma teoria se torna um modelo de conhecimento ou um paradigma científico. O paradigma se torna o campo no qual uma ciência trabalha normalmente, sem crises. Em tempos normais, um cientista, diante de um fato ou de um fenômeno ainda não estudado, o explica usando o modelo ou o paradigma científico existente. Em contraposição à ciência normal, ocorre a revolução científica. Uma revolução científica acontece quando o cientista descobre que o paradigma disponível não consegue explicar um fenômeno ou um fato novo, sendo necessário produzir um outro paradigma.”

(CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. 14.ª ed. São Paulo: Ática, 2011, p. 281).

Sobre isso, é correto afirmar que

01) o paradigma científico é o campo teórico do cientista porque fornece os parâmetros para a ciência normal.

02) a teoria torna-se um modelo de conhecimento porque ela se constitui como uma explicação dos fenômenos para o cientista.

04) o paradigma científico é incompleto porque os cientistas estão sempre negando os paradigmas.

08) a revolução científica é um avanço na ciência porque os cientistas sempre descobrem que as teorias anteriores estavam erradas.

16) embora verdadeiros, os paradigmas científicos são mutáveis porque os cientistas podem alcançar os limites dos modelos teóricos.

 

5. (Unicentro 2010)  Consideremos o campo da epistemologia contemporânea; sob esse aspecto, podemos afirmar que a posição de Thomas Kuhn (1922-1996), em relação à ciência, se contrapôs à concepção científica de Karl Popper (1902-1994)? Assinale a alternativa correta.

a) Sim, Kuhn se contrapôs à teoria de Popper ao negar que o desenvolvimento da ciência se dê mediante o ideal de refutação. Ao contrário, Kuhn afirma que a ciência progride pela tradição intelectual representada pelo paradigma que é a visão de mundo expressa numa teoria.

b) Não, Kuhn absorve a teoria da refutabilidade de Popper ao desenvolver sua concepção de paradigma científico. Para ambos, o que garante a verdade de um discurso científico é sua condição de justificação, ou seja, quando uma teoria é justificada ela é corroborada.

c) Não, Kuhn argumentou que uma teoria, como paradigma, deve ser desenvolvida em vez de criticada, motivo pelo qual ele não poderia opor-se ao pensamento de Popper. Sua tentativa será outra: tentar harmonizar aqueles pontos de vista que divergem do seu.

d) Sim, Kuhn cedo abandonou o empirismo, classificando-se como anarquista epistemológico. Dessa forma, opôs-se não apenas à concepção metodológica de Popper como também de outros contemporâneos seus, como Lakatos, por exemplo. Diferentemente de Popper, Kuhn anuncia que as teorias não são nem verdadeiras, nem falsas, mas úteis.

e) Sim, diferentemente de Popper, para quem a física newtoniana era considerada a imagem verdadeira do mundo, tendo como pressupostos o mecanicismo e o determinismo, Kuhn estabelece como paradigma de sua concepção de ciência o irracionalismo de Heisenberg e seu princípio da incerteza.

 

6. (Unioeste 2009)  “Segundo o filósofo da ciência Thomas Kuhn, paradigma é um conjunto sistemático de métodos, formas de experimentações e teorias que constituem um modelo científico, tornando-se condição reguladora da observação. […] A ciência normal, conforme Kuhn, funciona submetida por paradigmas estabelecidos historicamente num campo contextual de problemas e soluções concretas. […] Os paradigmas são estabelecidos nos momentos de revolução científica […] Portanto, para Kuhn, a ciência se desenvolve por meio de rupturas, por saltos e não de maneira gradual e progressiva”.

(E. C. Santos)

Sobre a concepção de ciência de Kuhn, é incorreto afirmar que

a) o desenvolvimento científico não se dá de modo linear, cumulativo e progressivo.

b) o desenvolvimento científico possui momentos de revolução, de ruptura, nos quais há mudança de paradigma.

c) a ciência normal é o período em que a pesquisa científica é dirigida por um paradigma.

d) um exemplo de mudança de paradigma (revolução) na Astronomia e a substituição do sistema geocêntrico aristotélico-ptolomaico pelo sistema heliocêntrico copernicano-galilaico.

e) a ciência não está submetida, de forma alguma, às condições históricas.

 

7. (Uem 2008)  A epistemologia de Thomas Kuhn tem como tese fundamental a mudança de paradigmas que provoca as revoluções científicas; enquanto a epistemologia de Karl Popper se caracteriza pelo princípio da falseabilidade. Assinale o que for correto.

01) Para Thomas Kuhn, as mudanças de paradigmas nas teorias científicas desorganizam a ciência a ponto de impedir um avanço do conhecimento.

02) Para Thomas Kuhn, a revolução copernicana que substitui a explicação ptolomaica geocêntrica pela explicação heliocêntrica caracteriza uma mudança de paradigma e uma revolução na ciência astronômica.

04) Para Karl Popper, o valor de uma teoria não se mede pela sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsificada.

08) Para Thomas Kuhn, o paradigma é uma visão de mundo expressa em uma teoria; o paradigma serve para auxiliar o cientista na resolução de seus problemas.

16) Considerando o princípio da falseabilidade, a ciência, para Karl Popper, não se desenvolve de modo linear.

 

8. (Uel 2015)  A concepção positivista de um conhecimento que pudesse se tornar uma representação objetiva da realidade tornou-se o modelo ideal de cientificidade a ser estendido para todas as outras áreas de conhecimento. Ao criticar esse modelo, Popper afirmou:

Sustento que as teorias científicas nunca são inteiramente justificáveis ou verificáveis, mas que, não obstante, são suscetíveis de se verem submetidas à prova. Direi, consequentemente, que a objetividade dos enunciados científicos reside na circunstância de eles poderem ser intersubjetivamente submetidos a teste.

POPPER, K. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1974. p.46.

Em meio às críticas que, desde o início do seculo XX, vêm desmistificando as pretensões cientificistas calcadas no indutivismo newtoniano, uma pergunta se coloca: que critério permite demarcar e distinguir a ciência da não ciência? Contrário aos critérios metodológicos da verificabilidade dos enunciados e confirmabilidade indutiva, defendidos pelo positivismo, Karl Popper responde a esta questão propondo o critério de falseabilidade que permite determinar se uma hipótese ou uma teoria podem ser consideradas científicas.

Adaptado de: KÖCHE, J. C. Fundamentos de Metodologia Científica: teoria da ciência e prática de pesquisa. 14.ed. rev. ampl. Petrópolis: Vozes, 1997. p.49-77.

Com base nos textos e nos conhecimentos sobre a crítica de Karl Popper, explicite o critério de falseabilidade proposto por este autor.

 

9. (Ufsm 2015)  Há muitas razões para valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e facilitar nosso controle de ambientes hostis, facilitando nossa adaptação, é uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos, a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com atividades científicas tende a pensar que uma teoria científica é um conjunto de leis verdadeiras e infalíveis sobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência (como a substituição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico de explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem das teorias científicas. A teoria da ciência do físico e filósofo austríaco Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis científicas possuem um caráter

I. hipotético e provisório.

II. assistemático e irracional.

III. matemático e formal.

IV. contraditório e tautológico.

É/São verdadeira(s) a(s) assertiva(s)

a) I apenas.

b) I e II apenas.

c) III apenas.

d) II e IV apenas.

e) III e IV apenas.

 

10. (Unesp 2015)  Para o teórico Boaventura de Sousa Santos, o direito se submeteu à racionalidade cognitivo-instrumental da ciência moderna e tornou-se ele próprio científico. Existe a necessidade de repensarmos os direitos humanos. Boaventura nos instiga a pensar que eles possuem um caráter racional e regulador da vida humana. Esses direitos não colaboram para eliminar as assimetrias políticas, culturais, sociais e econômicas existentes, especialmente nos países periféricos. Os direitos humanos, num plano universalista e aberto a todos, não modificam as estruturas desiguais, mas ratificam a ordenação normativa para comandar uma sociedade.

(Adriano São João e João Henrique da Silva. “A historicidade dos direitos humanos”. Filosofia, ciência e vida, dezembro de 2014. Adaptado.)

De acordo com o texto, os direitos humanos são passíveis de crítica, porque

a) desempenham um papel meramente formal de proteção da vida.

b) inexistem padrões universalistas aplicáveis à totalidade da humanidade.

c) são incompatíveis com os valores culturais de nações não ocidentais.

d) sua estrutura normativa carece de racionalidade e de cientificidade.

e) são destituídos de uma visão religiosa e espiritualista de mundo.

 

11. (Ufsm 2015)  Há diversos indícios empíricos da evolução das espécies. Alguns desses indícios são conhecidos desde Darwin, tais como o registro fóssil, as variações entre indivíduos de uma mesma espécie e a distribuição geográfica das espécies. Outros indícios provêm de estudos mais recentes, notadamente em genética. O conjunto desses indícios torna a teoria da evolução mais provavelmente verdadeira que qualquer outra hipótese alternativa. Essa inferência, em que se parte de indícios empíricos e se conclui com teorias ou enunciados gerais, é comumente chamada de inferência

a) lógica

b) dedutiva

c) analógica

d) indutiva

e) biológica

 

12. (Unesp 2015)

Texto 1

Karl Popper se diferenciou ao introduzir na ciência a ideia de “falibilismo”. Ele disse o seguinte: “O que prova que uma teoria é científica é o fato de ela ser falível e aceitar ser refutada”. Para ele, nenhuma teoria científica pode ser provada para sempre ou resistir para sempre à falseabilidade. Ele desenvolveu um tipo de teoria de seleção das teorias científicas, digamos, análoga à teoria darwiniana da seleção: existem teorias que subsistem, mas, posteriormente, são substituídas por outras que resistem melhor à falseabilidade.

MORIN, Edgar. Ciência com consciência, 1996. Adaptado.

Texto 2

O paralelismo entre macrocosmos e microcosmos, a simpatia cósmica e a concepção do universo como um ser vivo são os princípios fundamentais do pensamento hermético, relançado por Marcílio Ficino com a tradução do Corpus Hermeticum. Com base no pensamento hermético, não há qualquer dúvida sobre a influência dos acontecimentos celestes sobre os eventos humanos e terrestres. Desse modo, a magia é a ciência da intervenção sobre as coisas, os homens e os acontecimentos, a fim de dominar, dirigir e transformar a realidade segundo a nossa vontade.

REALE, Giovanni. História da filosofia, vol. 2, 1990.

Baseando-se no conceito filosófico de empirismo, descreva o significado do emprego da palavra “ciência” nos dois textos. Explique também o diferente emprego do termo “ciência” em cada um dos textos.

 

13. (Unesp 2015)  A ciência é uma atividade na sua essência antidogmática. Pelo menos deveria sê-lo. A ciência, em particular a física, parte de uma visão do mundo que é, de acordo com a terminologia utilizada por Arquimedes, um pedido que se faz. É assim porque pedimos para que se admita, à escala a que pretendemos descrever os fenômenos, que o mundo assuma uma determinada forma. Os outros pedidos e postulados têm de se inserir, tão pacificamente quanto possível, nesse pedido fundacional. Mas nunca perderão o estatuto de pedidos. Transformá-los em dogmas é perturbar a ciência com atitudes que lhe deveriam ser totalmente estranhas.

(Rui Moreira. “Uma nova visão da natureza”. Le Monde Diplomatique, março de 2015. Adaptado.)

Baseando-se no texto, explique qual deve ser a relação entre ciência e verdades absolutas. Explique também a diferença entre uma visão de mundo baseada em “pedidos” e uma visão de mundo dogmática.

 

14. (Ufpr 2015)  “O paradigma que ele adquiriu graças a uma preparação prévia fornece-lhe as regras do jogo, descreve as peças com que se deve jogar e indica o objetivo que se pretende alcançar. A sua tarefa consiste em manipular as peças segundo as regras de maneira que seja alcançado o objetivo em vista. Se ele falha, como acontece com a maioria dos cientistas, pelo menos na primeira tentativa de atacar um problema, esse fracasso só revela a sua falta de habilidade. As regras fornecidas pelo paradigma não podem então ser postas em questão, uma vez que sem essas regras não haveria quebra-cabeças para resolver. Não há, portanto, dúvidas de que os problemas (ou quebra-cabeças), pelos quais o praticante da ciência madura normalmente se interessa, pressupõem a adesão profunda a um paradigma. E é uma sorte que essa adesão não seja abandonada com facilidade. A experiência mostra que, em quase todos os casos, os esforços repetidos, quer do indivíduo, quer do grupo profissional, acabam finalmente por produzir, dentro do âmbito do paradigma, uma solução mesmo para os problemas mais difíceis. Esta é uma das maneiras pela qual avança.”

KUHN, Thomas, “A Função do Dogma na Investigação Científica”, p. 45-46. http://hdl.handle.net/1884/29751.

 Por que, para Kuhn, é uma sorte que a adesão a um paradigma não seja abandonada com facilidade?

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:

O texto a seguir é referência para a(s) próxima(s) questão(ões).

 “Embora o acolher de um paradigma pareça historicamente uma precondição para investigação científica mais eficaz, os paradigmas que aumentam a eficácia da investigação não necessitam ser, e geralmente não são, permanentes. Pelo contrário, no esquema de desenvolvimento das ciências maduras vai-se passando, em regra, de um paradigma para outro. […] [O] praticante de uma ciência madura sabe com precisão razoável a que tipo de resultado pode chegar com a sua investigação. Em consequência disso, está em posição especialmente favorável para detectar um problema de investigação que saia do esperado. Por exemplo, […] como Copérnico, […] pode concluir que os fracassos repetidos dos seus antecessores, ao ajustar o paradigma à natureza, é evidência inescapável da necessidade de mudar as regras com que se tenta fazer esse ajustamento. […] Como se vê por esses exemplos e por muitos outros, a prática científica normal de solucionar quebra-cabeças pode levar, e leva de fato, ao reconhecimento e isolamento de uma anomalia. Um reconhecimento dessa natureza é, penso eu, precondição para quase todas as descobertas de novos tipos de fenômenos e para todas as inovações fundamentais da teoria científica. Depois que um primeiro paradigma foi alcançado, uma quebra nas regras do jogo preestabelecido é o prelúdio habitual para uma inovação científica importante.”

KUHN, Thomas, “A Função do Dogma na Investigação Científica”, p. 48-49. http://hdl.handle.net/1884/29751.

 

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15. (Ufpr 2015)  Segundo Kuhn, apesar de presentes na histórica da ciência, a sucessão entre concepções científicas distintas – tal como ocorreu entre os modelos heliocêntrico e geocêntrico acima – não são episódios que deveriam ocorrer com grande frequência nas ciências maduras, tais como a astronomia. Por quê?

 

16. (Ufpr 2015)  As imagens representam duas concepções científicas que se sucederam. Como Kuhn denomina esses tipos de acontecimentos e o que os caracteriza?

 

17. (Enem 1999)  (…) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (…) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos.

(COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium)

Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas.

(VINCI, Leonardo da. Carnets)

O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é

a) a fé como guia das descobertas.

b) o senso crítico para se chegar a Deus.

c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos.

d) a importância da experiência e da observação.

e) o princípio da autoridade e da tradição.

 

18. (Uel 2005)  “As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada”.

(POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é correto afirmar:

a) O método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio de experimentos cruciais.

b) A crítica no meio científico significa o fracasso do cientista que formulou hipóteses incorretas.

c) O conflito de hipóteses científicas deve ser resolvido por quem as formulou, sem ajuda de outros cientistas.

d) O método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.

e) A atitude crítica é um empecilho para o progresso científico.

 

19. (Ufma 2006)  Identifique as afirmativas que contêm proposições corretas quanto à objetividade requisitada pelo conhecimento científico. A seguir, marque a opção correta.

I. A neutralidade científica necessária para a efetivação da objetividade não pode ser pensada de forma absoluta.

II. O evento investigado pelo cientista possibilita sua plena compreensão e, portanto, a obtenção de um conhecimento infalível e verdadeiro.

III. A ciência avança por uma série de aproximações para uma verdade objetiva jamais alcançada, sendo possível afirmar apenas que há um certo grau de objetividade.

IV. O uso de métodos, testes, amostras significativas, preservaria o rigor, garantindo por si só a objetividade do conhecimento científico.

Estão corretas apenas:

a) II e III

b) I, II e IV

c) I e III

d) I e IV

e) II, III e IV

 

20. (Uel 2006)  Uma das afirmações mais conhecidas e citadas de Galileu, que reflete o novo projeto da ciência da natureza, é a seguinte: “A filosofia está escrita neste grandíssimo livro que aí está aberto continuamente diante dos olhos (digo, o universo), mas não se pode entendê-lo se primeiro não se aprende a entender a língua e conhecer os caracteres nos quais está escrito.

Ele está escrito em língua matemática, e os caracteres são triângulos, círculos e outras figuras geométricas, meios sem os quais é humanamente impossível entender-lhe sequer uma palavra; sem estes trata-se de um inútil vaguear por obscuro labirinto.”

(NASCIMENTO, Carlos Arthur R. De Tomás de Aquino a Galileu. 2. ed. Campinas: UNICAMP, 1998. p. 176.)

 Com base no texto e nos conhecimentos sobre a concepção de ciência em Galileu, é correto afirmar:

a) Ciência é o conhecimento fixo, estável e perene da essência constitutiva da realidade, alcançável por meio da abstração.

b) A autonomia da explicação científica baseia-se em argumentos de autoridade e princípios metafísicos que justificam a verdade imutável do mundo natural.

c) A verdade natural é conhecida independente de teorias e da realização de experiências, já que o fator primordial da ciência é o uso da matemática para decifrar a essência do mundo.

d) A compreensão da natureza por meio de caracteres matemáticos significa decifrar a obra da criação e, consequentemente, ter acesso ao conhecimento do próprio criador.

e) A ciência busca construir o conhecimento assentado na razão do sujeito e no controle experimental dos fenômenos naturais representados matematicamente.

 

 

  

Gabarito:  

Resposta da questão 1:D

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Biologia]

A teoria evolucionista de Charles Darwin propõe que as espécies evoluíram a partir de modificações de ancestrais aparentados entre si. As espécies extintas deixaram descendentes que formaram as espécies atuais.

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]

Na frase do enunciado, Darwin evoca, de maneira irônica, a possibilidade de sua teoria poder estar errada. Para ele, a ancestralidade é uma característica comum a todas as espécies de seres vivos, que, por isso, são considerados como sendo aparentados entre si, mesmo que através de um ancestral longínquo. Vale ressaltar que sua teoria da Evolução contraria tanto o criacionismo religioso quanto o essencialismo platônico ao desconsiderar a existência de espécies únicas e diferentes entre si em essência.  

 

Resposta da questão 2: E

[Resposta do ponto de vista da disciplina de Filosofia]

Galileu era não só um sujeito capaz da mais convincente retórica, como também um sujeito capaz das afirmações mais difíceis. Perante o forte discurso religioso – forte, porém inapropriado para a ciência –, Galileu cumpriu a delicada tarefa de afirmar uma ciência nova baseada puramente na matemática, distante da fé e de qualquer autoridade que não fosse a experiência.

“E talvez tenha ocorrido em Siena o efetivo pronunciamento do famoso Eppur si muove. Vejamos que história é essa. Segundo dois livros de meados do século XVIII, logo depois de abjurar, Galileu teria dito “E, no entanto, se move”, referindo-se ao movimento da Terra que acabara de renegar. Os estudiosos sempre acharam esse rompante impossível, ou porque não haveria testemunhas favoráveis para registrá-lo ou porque Galileu saberia das terríveis consequências de tal gesto, se fosse percebido por um inquisidor. Porém, o restauro em 1911 de um quadro espanhol de 1643, no qual aparece inscrita aquela frase, mostra que a história quase certamente já era divulgada com Galileu ainda vivo. E é bastante possível que ele tenha altiva e jocosamente pronunciado tal afirmação numa das recepções de Picolomini”. (P. R. Mariconda & J. Vasconcelos. Galileu – e a nova Física. In Coleção Imortais da ciência. São Paulo: Odysseus Editora, 2006, p. 184)

 

[Resposta do ponto de vista da disciplina de História]

Galileu e suas ideias desafiaram a Igreja Católica e seus dogmas na época do Renascimento, propondo uma observação do mundo baseada em caracteres matemáticos e astronômicos e não mais religiosos. A passagem da questão ressalta que, para ele, a Bíblia pode ser interpretada de diferentes maneiras e que, para a observação da natureza, ela não tem valor nenhum.  

 

Resposta da questão 3:

 a) Em discordância em relação às afirmações dos três leitores, observa-se que Thomas Kuhn por meio da obra “A Função do Dogma na Investigação Científica”, estabelece que a ciência não está livre de dogmas. O autor coloca que, devido aos paradigmas que existem como modelos explicativos da realidade, as ciências naturais não são neutras, pois estão permeadas por ideologias e sofrem também a influência econômica. Isto se dá, pois os paradigmas estabelecem modelos que foram criados a partir de um contexto particular, sofrendo a influência das ideologias dominantes e da economia. Estas visões particulares vão se somando a outras e acabam por criar modelos gerais que, por sua vez, estão permeados por dogmas. Não é possível assim, como afirmam os três leitores, determinar que a ciência não possua um lado dogmático.

 

b) Em concordância com o editorial, utilizando-se da perspectiva de Jürgen Habermas, deve-se entender que, segundo este autor, a questão da fé e religião misturou-se no fim da idade antiga e início da idade média. Esta forma de pensar acabou por moldar o modo como o ocidente compreende a questão religiosa. Assim, pensando na justificativa religiosa, Habermas entende que o conflito entre o senso comum, como fonte de explicação imediata, e a razão, com a exigência da justificativa racional, na verdade é mal compreendido. O autor percebe que uma destas concepções não se anula, pelo contrário, ambas as formas se combinam e possuem possibilidade de compreensão e explicação mútua. A maior dificuldade é o fato de que o Estado Liberal pretende determinar o modo como os indivíduos devem perceber a questão religiosa, isto é, o estado secular não compreende a questão da religião sob a visão de uma comunidade religiosa, mas estabelece que as crenças devam ser entendias a partir da visão privada, exigindo uma postura clara e pública da fé professada. Assim ocorre a separação da questão religiosa com a questão racional. A exigência de uma tradução da fé para a linguagem racional cria uma perda do sentimento religioso, apenas para que as maiorias deem o seu consentimento em relação àquilo que o crente acredita, ampliando ainda mais o abismo entre uma possível conciliação entre fé e razão.

 

Resposta da questão 4: 01 + 02 + 16 = 19.

Uma ciência madura, de acordo com Kuhn, experimenta fases alternativas de ciência normal e revoluções. Durante o período de ciência normal, as teorias chaves, os instrumentos, os valores e as pressuposições metafísicas, que compreendem a matriz disciplinar, são mantidos fixos, permitindo a geração cumulativa de soluções para quebra-cabeças (puzzle-solutions), enquanto durante uma revolução científica, a matriz disciplinar perpassa uma revisão, isto em vista da solução de perplexidades maiores e mais sérias que perturbavam o funcionamento da ciência normal.

Para uma noção geral:

Kuhn, T. S. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, 2010.  

 

Resposta da questão 5: A

Ao contrário de Popper, que pensa a ciência a partir da noção de refutabilidade, Kuhn desenvolve a noção de paradigma para explicar o desenvolvimento científico.  

 

Resposta da questão 6: E

Somente a alternativa [E] está incorreta. De fato, o texto afirma que “a ciência normal, conforme Kuhn, funciona submetida por paradigmas estabelecidos historicamente num campo contextual de problemas e soluções concretas”, e isso é justamente o contrário do que está afirmado na alternativa [E].  

 

Resposta da questão 7: 02 + 04 + 08 + 16 = 30.

Ótima questão, que compara as teorias de Thomas Kuhn e de Karl Popper a respeito do desenvolvimento científico. Somente a afirmativa [01] é falsa. Ambos não consideram que o desenvolvimento ocorre de forma linear. Entretanto, a forma como explicam tal desenvolvimento é bastante diferente, sendo que a teoria de Kuhn está bem expressa nas afirmativas [02] e [08], enquanto que a de Popper está apresentada nas afirmativas [04] e [16].  

 

Resposta da questão 8:

Popper parte do pressuposto de que não podemos atingir a verdade de uma teoria, pois são todas indutivas (método proposto pelo positivismo), portanto não pode abarcar todos os casos a que se propõe. Assim o filósofo estabelece como método mais adequado para as ciências, o método da refutação. O critério de falseabilidade relaciona-se com a necessidade de submeter uma teoria à prova, buscando demonstrar sua falsidade ou de refutá-la com base em um método crítico. Este método de pesquisa científica proposto por Popper consiste em formular hipóteses e depois, por meio de exames experimentais cruciais, procurar exaustivamente contestá-las ou refutá-las. Se essas se permitem ser testadas com o intuito de serem falseadas, então elas são consideradas teorias científicas. Em outras palavras, somente teorias capazes de se submeterem ao crivo da refutação ou falseamento podem ser consideradas científicas.

Para Popper, uma teoria se manterá válida até o momento em que não resistir à refutação de outras possíveis teorias. Quando uma teoria resiste à refutação, a objetividade de sua descrição do mundo real é corroborada: é essa a condição que garante a validade de um discurso científico. A validade científica de uma teoria, portanto, não se mede por sua verdade confirmada indutivamente, mas pela possibilidade de, por um método crítico, intersubjetivamente desenvolvido, resistir à refutação ou ao falseamento.  

 

Resposta da questão 9: A]

Segundo as teorias desenvolvidas por Karl Popper, todo conhecimento científico é falível e provisório, pois não é possível confirmar a veracidade de uma teoria apenas pela confirmação de alguns resultados que esta teoria pretende prever. Os resultados previstos em uma teoria podem ser alterados por de fatores diversos que podem impossibilitar a previsão feita sobre todos os resultados a que a teoria se refere. Desta maneira, para este autor, a verdade é inalcançável, só podemos nos aproximar dela por meio de tentativas. Segundo ele, as teorias devem passar por um processo de falseamento, no qual por meio de procedimentos científicos racionais e sérios, seja possível identificar o alcance das previsões que a teoria pretende. Quanto mais a teoria puder resistir às tentativas de falsificação, mais confiável ela é. Este método proposto por Karl Popper é conhecido como falsificacionismo. Portanto, mesmo que uma teoria resista a este método e seja considerada uma teoria científica válida, ela jamais poderá ser geral ou definitiva. Os itens [II], [III] e [IV] descrevem de forma coerente conceitos trabalhados nas teorias desenvolvidas por Karl Popper.  

 

Resposta da questão 10: A

No texto da questão dois pontos são destacados como referente ao papel dos direitos humanos, sendo eles: o “caráter racional e regulador da vida humana” e “ratificam a ordenação normativa para comandar a sociedade”. Estas afirmações encontram respaldo na filosofia política dos contratualistas que estabelece que os direitos inerentes aos seres humanos, e que não estão sujeitos à discussão, pois surgem devido à conveniência dos homens que abrem mão de sua liberdade para viverem em sociedade. Assim, surge o direito natural como polo regulador dos limites que a sociedade organizada não pode ultrapassar na consolidação de sua estrutura. Contudo, o texto nos coloca que devido ao progresso das ciências atualmente se descaracterizou sua fundamentação passando estes, a serem tratados como conceito obsoleto que pode ser questionado livremente sem que haja qualquer empecilho caso se julgue que eles não atendam mais as concepções vigentes. Portanto, da mesma forma, os direitos humanos não se fazem mais uma garantia absoluta para a proteção a vida, mas constituem-se como meras referências formais na realidade universal.  

 

Resposta da questão 11: D

 

Segundo o fragmento de texto, embora os procedimentos científicos sejam baseados em procedimentos lógicos, deve-se atentar para o fato de que a Lógica é o ramo da filosofia que trata das leis gerais que regem o pensamento, no intuito de alcançarmos a verdade através da análise da correlação entre as informações obtidas pelo intelecto. Assim, a lógica se divide basicamente em três tipos de raciocínio: dedutivo, indutivo e analogia. Estes raciocínios são estruturados por meio de proposições ou premissas (frases que relacionam conceitos afirmando-os ou negando-os) que geram inferências. As inferências representam o resultado de uma operação que afirma a verdade de uma proposição em decorrência de outras proposições verdadeiras. Na inferência da dedução, a verdade da conclusão obtida está contida dentro das proposições, sem que o conteúdo descrito na conclusão vá além das informações descritas. Na inferência da analogia, as proposições são dispostas por meio da comparação com outras proposições, mas não há uma garantia de verificação, portanto sua conclusão não pode ser validada. Na inferência da indução, a conclusão vai além do conteúdo descritos nas proposições, isto quer dizer que a conclusão extrapola o número de casos descritos nas proposições, criando uma generalização. No caso da teoria de Darwin, suas conclusões foram obtidas por meio de inferências indutivas.  

 

Resposta da questão 12:

No primeiro texto o emprego da palavra ciência esta no sentido de que o conhecimento, ou seja, as teorias científicas não são absolutas, elas são temporais e podem ser desmentidas, ou “falseadas”. Segundo Karl Popper as explicações fornecidas pelas teorias científicas não podem assumir um caráter infalível, com o desenrolar do tempo, formas de conhecimento, isto é, teorias mais gerais e mais amplas substituirão as teorias antigas assim como na teoria darwiniana da evolução das espécies, nas quais espécies mais adaptadas ao meio superar seus antecessores.

No segundo texto o termo ciência é utilizado como um conhecimento integrado no qual não se pode prever ou determinar com exatidão seu sentido, separado do todo. O hermetismo propõe uma síntese do universo que recebe influências da realidade suprassensível, ou seja, a influência do pensamento de Platão, mas destacadamente de Plotino, marca esta concepção de ideal que não pode ser alcançado plenamente, mas que pode ser apenas contemplado. O conhecimento da ciência seria então uma compreensão divinizada da natureza.

 

 

Resposta da questão 13:

A ciência propõe teorias e hipóteses como forma de se produzir conhecimento a partir do exercício da observação da realidade empírica e da experimentação. Tal forma de produção de conhecimento não se situa nas fórmulas prontas e dogmáticas que interpretam o mundo. Arquimedes foi, de fato, um físico e matemático que desconfiava das verdades dogmáticas e absolutas.

A ciência “pede” que se admita que o mundo assuma uma determinada forma, isso significa que o conhecimento científico tem um caráter hipotético e dinâmico, diferente da visão dogmática que impõe uma interpretação inflexível, não baseada em experimentos dos fenômenos. Um pedido na concepção metodológica da ciência soa como uma “suponhamos”, abrindo assim portas para o levantamento de hipóteses capazes de se aproximar do mundo real.  

 

Resposta da questão 14:

Para Kuhn, a alteração dos paradigmas dificulta a continuidade dos esforços realizados para solucionar problemas que surgem no interior do próprio paradigma. Os paradigmas se alteram quando ocorre uma ruptura radical, que altera significativamente as condições vigentes, criando assim um novo paradigma. Contudo, os ecos do paradigma anterior ainda se farão presentes por um longo período. Assim, a sorte para Kuhn representa a grande dificuldade que a mudança de paradigma representa. Portanto, quanto maior o esforço (adesão) para a manutenção de um paradigma, mais haverá tempo para que as práticas desenvolvidas pela ciência e pelos cientistas se mantenham no intuito de obter resultados, mesmo que difíceis, para a solução dos problemas que surgem.  

 

Resposta da questão 15:

Para Kuhn, um paradigma maduro mostra-se fortemente enraizado na comunidade científica, isto faz com que se torne difícil realizar mudanças em concepções que se apresentam fortemente enraizadas. Todas as sucessões de concepções científicas trazem consigo mudanças que questionam os modelos que se apresentam como explicativos da realidade. A libertação de formas de compreender a realidade, neste sentido, refere-se às maneiras particulares de ver o mundo. Daí a resistência da comunidade científica em se desvincular de suas concepções consagradas. Por exemplo, destaca-se a complexidade enfrentada pela astronomia no caso da mudança de explicação da realidade proposta pelo modelo geocêntrico pelo modelo heliocêntrico.  

 

Resposta da questão 16:

Segundo Kuhn, as mudanças de paradigmas são chamadas de “revoluções científicas”, pois estas mudanças trazem consigo inovações científicas importantes. Kuhn reconhece que é necessário “mudar as regras do jogo” para que se avance no desenvolvimento científico. Esta nova condição, ou melhor, nova exigência, modifica o modo existente de compreender a realidade e colabora para uma ampliação da visão de mundo, pois o paradigma que foi quebrado já alcançou seu ápice no que diz respeito às respostas que poderia formular para a compreensão do mundo. Fazem-se necessárias, assim, novas maneiras de formular respostas mais abrangentes. Estas mudanças sempre trazem consigo rupturas significativas, senso assim determinadas de revoluções, em, outras palavras, no caso da ciência, revoluções científicas.  

 

Resposta da questão 17: D

 

A experiência ou experimentação é o estudo dos fenômenos em condições que foram determinadas pelo observador e sua importância está no oferecimento de condições privilegiadas para a observação, podendo assim, repetir e varias as experiências, tornar mais rápido ou mais lento os fenômenos e até simplificá-los. No geral a experimentação confirma a hipótese, porém quando isto não ocorre, precisam repeti-la ou modificá-la.

A observação científica é rigorosa, precisa, metódica e, portanto, orientada para a explicação dos fatos e para isto, se utilizam de microscópio, telescópio, sismógrafo, balança, termômetro, entre outros instrumentam que proporcionam maior rigor à observação bem como a tornam mais objetiva porque quantificam o que está sendo observado.  

 

Resposta da questão 18: A

 

Karl Popper, um dos principais filósofos da ciência do século XX, analisa o progresso científico mediante a eliminação do erro e das refutações teóricas, que devem ser criticadas experimentalmente.  

 

Resposta da questão 19: C

 

A objetividade da ciência é bastante controversa. Atualmente, sabe-se que não existe neutralidade nem objetividade absoluta na ciência. Esta, ainda que se utilize de métodos rigorosos e dados empíricos, é guiada por uma série de regras institucionais e limitações teóricas e metodológicas que não lhe permitem desenvolver um conhecimento absolutamente correto e objetivo. O que existe são aproximações e formas de criação de legitimidade para o conhecimento produzido por cientistas.  

 

Resposta da questão 20: E

 

A alternativa [E] é aquele que mais se aproxima à argumentação de Galileu Galilei. Sua visão, acompanhando o pensamento renascentista, não se baseia na religião para a explicação das causas e do universo, mas coloca a razão como instrumento principal de conhecimento. Tal conhecimento exigiria uma linguagem adequada (a matemática) e um método (a experimentação).  

Vídeos sobre Átomos – Para pensar sobre Demócrito – Filosofia Pré-Socrática

2400 anos de átomos
Quão pequeno é um átomo mesmo?
Como os átomos se ligam?

https://www.youtube.com/watch?v=NgD9yHSJ29I&list=FLUbD2HTCbMuLu2rMErEEiJQ&index=22

Nossos filhos nos acusarão

 

“Hoje, as crianças são as principais vitimas da ação destrutiva do homem sobre a natureza. Pesquisas mostram que 70% dos casos de câncer estão relacionados ao ambiente, dos quais 40% derivam da poluição e 30% da alimentação. A cada ano, a incidência de câncer na infância aumenta 1,1% na França. Para mudar este quadro e salvar as crianças do futuro incerto que as espera, as iniciativas infelizmente ainda são poucas. Mas numa pequena cidade no sul da França, o prefeito decide resistir à indústria agro-química e instituir na cantina da escola a alimentação a base de alimentos orgânicos.”

Terra dos sonhos – Documentário

A cidade, considerada outrora um mundo de oportunidades e de qualidade de vida é hoje uma desilusão para os que nela não encontram resposta para os seus anseios.

Inverter esta situação, é o desejo de muitos, que procuram no interior do país a “Terra dos sonhos”.

São os novos rurais, que ao regressarem à terra dos seus antepassados recuperam e renovam estas localidades de enorme potencial endógeno e capacidade de desenvolvimento, no entanto abandonadas de Portugal.

Linha do Tempo – Filosofia

linha do tempo de filosofia - fabio mesquita

Filosofia da Ciência

CURSO DE FILOSOFIA

2a. SÉRIE – ENSINO MÉDIO – COLÉGIO SÃO LUIS

Objetivo do curso de filosofia do 3o. bimestre:
Analisar a Ciência – do ideal científico à realidade científica.

Ideal científico: a ciência é racional, não possui crença nem fantasia, é neutra, trabalha com verdades absolutas,  faz parte de um processo de evolução, é conhecimento certo e seguro da realidade, geradora de significativas transformações sociais, etc.

Realidade científica: a ciência faz uso de uma razão  instrumental, utiliza-se da fé e da crença, não é neutra, tão pouco imparcial, suas verdades são transitórias (reflexão da transitoriedade da ciência – vários casos ilustram essa ideia, um dos mais fortes é o duelo entre a teoria de  Aristóteles Vs. a de Copérnico).

Questões para pensar:

Ciência: evolução ou involução? (bomba atômica Vs. energia atômica / vacinas Vs. armas biológicas)

A ciência é apenas racional?

A ciência é um novo tipo de mitologia?

IDEAL CIENTÍFICO

A primeira parte do curso consiste em analisar o ideal científico, para isso, assista ao vídeo e faça um resumo contendo dúvidas, reflexões e  ideias.

Arquivo para baixar (clicar aqui): 2_aula_ciencia_dawkins.pps

Vídeo Dawkins